A Prefeitura de Arealva, administrada pelo prefeito Dr. Elson Banuth Barreto, realiza hoje (8) à noite, a partir das 20h, a solenidade de inauguração da praça de lazer Luís Christianini, do Núcleo Habitacional Job Garcia de Almeida.
Para marcar a inauguração da praça, a Prefeitura preparou uma super queima de fogos e, logo após, uma confraternização no estilo festa junina, com música ao vivo.
Convidamos todos os arealvenses para participar desta solenidade de inauguração da praça do Núcleo Job Garcia. Será uma grande festa, convida o prefeito Dr. Elson.
Nesta área de lazer, que possui
Transformamos um terreno que estava vazio, em desuso, num espaço muito bonito e agradável para servir de descanso e descontração às famílias arealvenses, ressalta Dr. Elson.
A praça, localizada atrás do PSF I (Posto Saúde da Família) e ao lado da EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) José Abílio Ferreira Prestes, foi executada por meio de convênio com a Secretaria de Estado da Habitação. O investimento total foi de R$ 91.037,76 mil. Desse valor, R$ 64 mil foi liberado pelo Estado e o restante através de contrapartida pelo Executivo Municipal.
Biografia do homenageado Luís Christianini
Nascido em 1879, na cidade de Padova (Pádua), região de Veneto, na Itália, Luís Christianini imigrou com os pais para o Brasil, em 1890, com 11 anos de idade.
A primeira cidade em que residiu foi Barra Mansa, no estado do Rio de Janeiro, onde trabalhou como lavrador em plantação de café.
Algum tempo depois se mudou para Lençóis Paulista e dali para Jaú.
Nessa ocasião seus pais retornaram para a Itália.
Em Jaú, Luís Christianini permaneceu trabalhando com alambique, na produção de cachaça, em uma fazenda. Ali, o turno de serviço iniciava-se às três horas da manhã, muitas vezes sob intensa geada.
No final do século XIX conheceu Mathilde Baldo, uma jovem de origem italiana, natural de Mantova (Mântua), também na região de Veneto, com quem se casou em 1898, aos 19 anos de idade. O casal teve 13 filhos.
Desses, Samuel Christianini, falecido recentemente aos 89 anos de idade, residiu em Arealva e trabalhou durante anos na Prefeitura Municipal.
Homem de sólida fé cristã, Luís Christianini certo dia confidenciou à sua esposa que, por orientação divina, iria deixar a lavoura e se dedicar à leitura de livros, objetivando a aquisição de conhecimento na área das Ciências da Saúde, particularmente à Farmacologia e Medicina.
Decisão tomada, ele adquiriu livros sobre o assunto e passou a estudá-los com afinco. Ao mesmo tempo, pesquisava a flora da região em busca de plantas que pudesse manipular e transformar em medicamento.
Além disso, estudou o corpo humano e as propriedades físicas e química dos fármacos, bem como seus efeitos bioquímicos e fisiológicos, a absorção e excreção do organismo.
O uso de produtos naturais era bastante difundido à época, considerando que a maioria dos medicamentos era de origem norte-americana ou européia, com acesso facilitado apenas aos residentes aos médios e grandes centros urbanos. Alie-se a esta dificuldade à escassez de transporte, vez que o meio mais comum era no lombo de cavalos ou mulas.
Pouco tempo depois já elaborava artesanalmente e ministrava seus preparos de ervas medicinais. Com o sucesso de cura em caso simples, resolveu estabelecer um singelo pronto-atendimento no bairro Vila Ribeiro, no município de Jaú.
Nesse tempo, o Dr. Carlos Cezar, diretor da Santa Casa de Jaú, ciente da capacidade de Luís Christianini, resolveu convidá-lo a compor uma equipe médica à mesa de cirurgia. Ali, o convidado trabalhou por dois anos.
Com o ingresso da Itália na Primeira Guerra Mundial, Luís Christianini foi procurado por representante do consulado Italiano no Brasil e convocado para que se aliasse e fosse defender seu país natal na beligerância.
No entanto, mediante com citado representante, alegando ter cinco filhos pequenos para cuidar e sendo o único a promover subsistência à família conseguiu convencê-lo da não inclusão de seu nome na lista de italianos cientificados da convocação.
Foi orientado, contudo, a que se afundasse sertão adentro, ignorando assim destarte sua localização.
Este fato trouxe Luís Christianini ao povoado de Jacuba, pertencente a Iacanga, onde adquiriu 10 alqueires de terá por 1.500 contos de réis.
Ali, ele continuou a exercer as atividades para as quais havia se preparado, particularmente a farmácia.
Finda a Primeira Grande Guerra, surgiram no povoado de Soturna (atual Arealva) três figuras importantes, a saber: Júlio Ferreira Prestes, Abílio Ferreira Prestes e Manoel de Oliveira, os quais procuraram por Luís Christianini, propondo-lhe que se mudasse para Soturna, visto que o bairro progredia e as crianças cresciam sem ter alguém que as alfabetizassem.
O convite foi por ele aceito com a promessa de que lhe seria cedida uma casa, com espaço para acomodar sua família e a farmácia, além de se disponibilizar um local para ministrar aulas às crianças do povoado.
Proposta aceita, foram enviadas algumas carroças (único meio de transporte de carga à época na localidade) a Jacuba para transportar a família e a mudança até Soturna, passando a residir em uma casa de madeira, no Largo da Matrizara SOturnahe que se mudadsse e Oliveira, os quais procuraram por alva) trndimentos.
abalhou como lavrador em plantaç. Nessa casa, em 1920, nasceu Samuel Christianini, já supracitado.
O salão principal da casa foi divido ao meio, sendo ocupado um lado pela farmácia, e o outro pela escola.
Décadas depois, a casa foi demolida e em seu lugar foi construído um imóvel de alvenaria, funcionando atualmente como supermercado (defronte a estação Rodoviária).
Assim, Luís Christianini tornou-se de fato o 1º professor em Soturna.
Com maior tempo disponível, o biografado procurou se aperfeiçoar
Um desses encargos foi recebido do Juízo de Direito da Comarca de Pederneiras, a que se procedesse o levantamento da Fazenda Água Grande. Ali, foram descobertos 17 alqueires de terras devolutas. Na ocasião, o biografado foi parabenizado e elogiado pelo representante da Justiça em Pederneiras pelo esmero com que tratou o compromisso.
Outra missão assumida por Luís Christianini se deu entre os anos de
A cada pedido solucionado por Luís Christianini a confiança era-lhe dobrada.
Voltando as suas atividades na área da saúde, nos atendimentos aos doentes redobrava o cuidado às crianças, idosos, viúvas e pessoas desprovidas de recursos.
Recebeu incontáveis vezes cegos, pobres e andarilhos a sua mesa de alimentação.
O limite de seu atendimento estendia-se, dentre outros locais, aos bairros Água Parada, Clavinote, Santa Isabel, Ribeirão Bonito, Ribeirão do Veado, Jacuba e Corvo Branco (atual Marilândia), caminhos percorridos no lombo de cavalo ou mula, a qualquer hora, fizesse sol ou chuva, calor ou frio, fosse dia ou noite, e até mesmo de madrugada.
Em 1921, o biografado adquiriu um terreno de 22x44 m na confluência da Rua Antônio Ferreira com o Praça da Matriz e ali construiu uma casa, oportunamente vendida a Antônio Romão. A seguir, construiu uma casa maior na esquina, onde hoje se situa o Bazar Nelson.
Em 1931, Luís Christianini foi a até a capital do estado de São Paulo prestar exames para oficial de Farmácia, tendo sido aclamado, ao seu encerramento, em primeiro lugar, sendo provisionado conforme publicação no jornal O Estado de São Paulo.
Homem de mente inquisitiva, não se cansava de procurar adquirir novos conhecimentos sobre os mais variados assuntos.
Assim, continuou a se aprofundar nos estudos da Botânica, relacionados às áreas de medicina e farmácia.
Pr 64 anos exerceu a farmácia e a medicina em Soturna/Arealva.
Após vender a farmácia a Samuel Christianini, um de seus filhos, mudou-se para Pederneiras.
Em uma noite, no ano de 1955, Luís Christianini recebeu chamada a que comparecesse diante de Seu Criador. Assim, faleceu em paz, com a saúde corporal e lucidez mental íntegros.
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Douglas Sato
Assessor de Imprensa
da Prefeitura de Arealva
MTb 41.900